Et cetera


Ná Ozzetti / Luiz Tatit

Nada nesse mundo eu jogo fora
Quase que não há nenhuma exceção
Até quando a vida enfim melhora
Guardo um pedacinho da indignação

Se tem sabor
Eu não dispenso jamais
Se tem atração
Não abro mão
Claro que aplauso
Eu não recuso
E vou contar
O que adoro
É recolher
O que pintar
Depois levar
Pra onde eu moro

Nada nesse mundo eu abandono
Pode acontecer mas nunca é intencional
E se me aparece um cão sem dono
Quando dou por mim já está no meu quintal

Nunca é demais
Eu aproveito o que der
Pode ser uma ilusão qualquer
Ou o final de tantas frases
Pois percebi
O que penetra
No coração
Não é o total
Nem principal
É o et cetera

Sim
Quero ter
O que faltou
Por não dizer
E quem no fim
Não quiser mais
Pode deixar pra mim